sexta-feira, 24 de maio de 2013

24/5/2013 às 01h00 PF denuncia máfia de combustível em bairro onde depósito pegou fogo em Duque de Caxias Moradores usam quintais de casa para armazenar gasolina e álcool, segundo a polícia


Do R7
O bairro Vila Maria Helena, em Duque de Caxias, é considerado pela Polícia Federal terreno de atuação maciça de uma máfia de adulteração de combustíveis. Foi ali que um de incêndio de grandes proporções destruiu o depósito da empresa Petrogold e causou a morte de um funcionário na quinta-feira (23).
De acordo com o delegado Fábio Scliar, titular da Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente e o Patrimônio Histórico, além da distribuidora atingida pelo fogo, pequenas fábricas ilegais de adulteração funcionam em galpões menores ou, até mesmo, em fundo de quintais.
— Isso é muito sério. Tenho medo que aquela área toda pegue fogo. Porque ali funciona uma grande máfia. Cada canto tem gente adulterando combustível, até nos quintais de algumas casas.
A indústria de adulteração mistura algumas substâncias ao combustível original, entre elas álcool anidro e até mesmo amônia.
— Eles compram o combustível puro, misturam, fazem render, e revendem. Lucram muito com isso.
Depósito da Petrogold já foi lacrado pela Polícia Federal
A distribuidora de derivados de petróleo Petrogold foi lacrada em julho do ano passado pela Polícia Federal por operar sem licença do Inea (Instituto Estadual do Ambiente) e armazenamento irregular de combustíveis. Na ocasião, quando foram apreendidos 510 mil litros de combustível, o secretário do Meio Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, disse que “o combustível estava sendo armazenado de qualquer forma, sem as devidas medidas de segurança”.
Minc alertou, em julho passado, para o risco de danos ao meio ambiente e informou que dois caminhões com 27 mil litros de álcool anidro (cada um) foram encontrados vazando o fluído no terreno, podendo contaminar o solo e o lençol freático. A empresa foi autuada pelo crime de poluição e a responsável pelo local conduzida à delegacia para esclarecimentos. Outros dois galpões em Jardim Primavera (Caxias) também foram fechados.
A Polícia Federal informou que o inquérito apurou suspeita de crimes cometidos pela Petrogold de competência da esfera federal. Por isso, pediu ao Ministério Público Federal que o caso fosse repassado à Polícia Civil.
Licença do município garantia regularidade
De acordo com nota divulgada pela ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), a empresa funcionava de maneira legal graças a um alvará de funcionamento da Prefeitura de Duque de Caxias, contrariando a interdição sugerida pelo Inea. O certificado, que também era assinado pelo Corpo de Bombeiros, estava dentro do prazo de validade.
Ainda segundo a nota, a Petrogold foi fiscalizada pela ANP quatro vezes em 2013 e não foram encontradas irregularidades.
Após o incêndio, o prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso, disse que a Petrogold não será mais permitida pela prefeitura de atuar no município.

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